O visitante cético persiste com questões audaciosas. Depois de perguntar sobre médiuns remunerados, interroga se mediunidade e feitiçaria são a mesma coisa. Não dá para saber qual a parcela de investigação e a de provocação em questionamentos desse tipo. Mais uma vez, de toda forma, Allan Kardec explicita sua segurança em defesa da Doutrina Espírita.
Marcelo Uchôa salienta que o tema deste episódio é muito útil para os espíritas e suas instituições na atualidade. Isso porque o codificador, em suas respostas, despe as manifestações mediúnicas de quaisquer afetações gestuais. É errado julgar um médium mais “poderoso” por ele se sacudir, estrebuchar e gritar em transe. E o mesmo raciocínio se aplica à prática do passe. Por que um passista mais contido produz uma terapêutica menos eficaz?
Kardec admite que o Espiritismo e a feitiçaria se tangenciam. Para diferenciá-los, recomenda conhecimento, como sempre, inclusive do caráter do medianeiro. O desinteresse sincero é um atestado de segurança.
Ele aproveita as perguntas para declarar que a Doutrina não endossaria feitiços e sortilégios. Ao contrário, aniquilaria-os, pois tiraria deles o falso poder sobrenatural.
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