“Despejo Fraterno” é o título deste esquete dos Amigos da Luz. Difícil entender, pois parece uma contradição. E é. Uma palavra não combina com a outra. Como despejar alguém tido como irmão, pelo menos no sentimento?
Vamos entender a história. O rapaz conta para a advogada em uma reunião por vídeo. Ela também é palestrante espírita. E reconhece o cliente pelo trabalho caridoso desenvolvido por seu grupo junto a desabrigados pela enchente.
Mas o motivo da conversa se revela bem particular. O homem deseja retirar a madrasta, viúva, da casa que era de seu pai. Ele quer vender o imóvel, mas a senhora não se mostra disposta a sair. A defensora tenta confirmar, então, que se trata de um despejo. Mas o litigante rebate que “despejo é um termo forte demais”.
Então, ele tenta se justificar e manipula várias ideias espíritas, de uma forma bem conveniente. Está decidido a levar para a rua uma idosa, sem parentes e de poucas condições materiais. Mas o planeta todo é nosso lar, e a espiritualidade amiga não deixa ninguém desamparado…
Quanto argumento difícil de engolir. Fica patente no roteiro a hipocrisia de fundo religioso. Ser uma coisa na instituição social e o inverso na família é um retrato lamentável. Ainda bem que o caso não passa de um exercício de ficção.
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