As coisas parecem ter mudado tanto… Antigamente, receber uma ligação telefônica de uma pessoa querida era uma alegria. Não carecia de motivo, como data comemorativa. Um telefonema se estendia por muitos minutos pelo simples prazer da conversa amiga.
Mas isso foi no tempo em que uma linha de telefone custava caro e era patrimônio de família. Nem todo mundo tinha aparelho em casa. Os orelhões faziam parte da paisagem urbana. E celular era aparelho de desenho animado futurista.
Pois agora que qualquer um carrega um telefone consigo, bater papo por ele virou algo fora de moda, cafona mesmo. Ninguém liga pra ninguém. E essa é uma constatação que pode até ter o sentido estendido. É dessas dificuldades da interação humana que trata o vídeo dos Amigos da Luz.
Gilmar deseja “trocar uma ideia” com sua amiga de mais de 20 anos. Mas Maria se assusta, pois só se liga pra alguém nestes tempos em caso de vida ou morte. Não era nada disso: só uma vontade de conversar, ouvir a voz, falar de amenidades. Mas ela não recebeu nada bem as intenções do velho amigo.
Então, o diálogo passa a tratar do atual protocolo de comunicação por via telefônica. O primeiro aceno deve ser pelo Whatsapp. São muitos os senões nessas tratativas de quando e por qual motivo realizar uma ligação. Puxa, essa etiqueta parece mais uma melindrosa negociação diplomática. E nós que pensávamos que a popularização das tecnologias de informação serviria para unir mais as pessoas…
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