Ensina-se que a Torá tem 70 faces. Isso quer dizer que as instruções contidas nos cinco livros iniciais da Bíblia, atribuídos a Moisés, abrem-se a diversas interpretações. Igualmente, podem se desdobrar em múltiplas formas de aplicação para a vida. Assim, ninguém é dono da única ou da melhor leitura de seu teor.
Essa noção se aplica ao tabernáculo. A grande tenda de culto protagoniza a parte final de Êxodo. E a série de estudo da narrativa à luz do Espiritismo vem se dedicando à compreensão dela. Por meio de sua coluna de fogo ou sua nuvem de fumaça, a edificação móvel simbolizava a presença do Senhor em meio aos judeus no deserto.
Neste episódio, Haroldo Dutra Dias conta como se deu a peregrinação do Egito à Terra Prometida. Conforme a tradição, ela durou 40 anos, numa espécie de espiral. A população numerosa representava as 12 tribos de Israel. E, no deslocamento, elas se posicionavam, agrupadas de três em três, ao norte, ao sul, ao leste e ao oeste do tabernáculo.
A descrição ajuda na visualização de dois dos significados exercidos pela tenda trabalhados aqui por Haroldo. O primeiro é que ela serviu de guia e modelo para o povo no deserto. E o segundo, que a construção exercia a função de centro gravitacional na evolução daqueles grupos. Então, Haroldo traz essas leituras para o mundo de hoje. Substituir a presença central de Deus por qualquer outra coisa representa sair da órbita Dele.
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