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#062 – ESTUDO DE GÊNESIS

Adão, Eva e a Serpente não representam apenas individualidades psíquicas, mas comunidades inteiras que interagem através de suas tendências espirituais e posturas perante Deus.

Na Serpente há uma rebeldia intencional, motivada pela maldade. Ela trabalha para si mesma, não para o bem comum.

Em Eva há uma rebeldia menos consciente, motivada mais pela fragilidade humana.

E em Adão há uma indiferença, motivada pela invigilância.

Na transição planetária esses grupos se tornam evidentes e bem definidos.

A Serpente rasteja sobre o ventre. O tesouro da Serpente está na “Adama”, no que é básico, perecível, transitório, por isso ela terá sua vida vinculada à materialidade. E como tudo que é material se deteriora, é instável e caminha para a morte, o indivíduo ou agrupamento identificado com ela sente uma instabilidade quase que constante, buscando incessantemente a satisfação dos sentidos, a fim de sentir algum tipo de segurança. O sofrimento humano se deve a essa identificação extrema com o mundo dos sentidos. Ao se sentir ameaçada na satisfação dessas necessidades materiais, a Serpente reage, simbolicamente, atacando os pés.

Na Última Ceia, Jesus se depara com uma discussão puramente material: “Quem é o maior?”, preocupação típica da Serpente. Ele, então, percebendo o ataque da Serpente às bases (pés) do Cristianismo nascente, decide lavar os pés dos Apóstolos. Pedro se nega, por achar-se melhor que os irmãos, ao que Jesus responde que ele não poderá ser discípulo se não permitir que seus pés sejam lavados, ou seja, se ele não permitir que o amor do Cristo o purifique, purifique seus pés (a base do sentimento), livrando-o da influência da Serpente, que o aproxima demasiadamente das preocupações materiais da carne, em detrimento dos assuntos espirituais.

Emmanuel vai falar sobre o perigo de afogar-se na carne. Quando mergulhamos na carne, devemos conhecer o limite até o qual podemos ir, subindo à superfície para nos recuperar, para só então retornarmos. Se passamos desse limite seguro, corremos o risco de nos afogar, de deixar nosso espírito “morrer”, nos tornando escravos da Serpente.

Portanto, o mal é uma postura, não uma pessoa. Ser Serpente é se tornar adversário de Deus, em hebraico SATANÁS e em grego DIABOLOS. Tudo o que é contrário à Lei Divina é “satânico”, “diabólico”. Mas existe um elemento presente nessa postura capaz de nos permitir identificar um projeto dessa natureza, é o interesse pessoal. Eis a marca da Serpente.

Michelle Timosini

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