Você ouve o que os outros te falam ou só espera a chance de poder falar? O teólogo e educador Rubem Alves, certa vez, ficou intrigado com a volumosa oferta de cursos de oratória. Esse fato, juntamente com a observação de nossas carências atuais, fomentou nele uma ideia. Por que não se desenvolver um curso de escutatória?
Sim, ouvir tem requerido aprendizado, exercício. Trata-se de uma arte e, como tal, demanda treino. Especialmente perante aqueles com quem partilhamos a vida, nossos ouvidos podem estar um tanto obstruídos. Talvez, nesses casos, combinamos uma desatenção egocêntrica a uma (falsa) certeza do que esperar da fala do outro. Ou seja, já supomos saber o que a pessoa diz, e abdicamos de ouvi-la.
Esse é o quadro desenhado pelos Amigos da Luz. A cena ocorre em um culto do Evangelho no lar. O casal se prepara para começar. E a caricatura é tão intencionalmente intensificada que incomoda. Será que a carapuça serviu?
Marcela pede para Denilson fazer determinada coisa, como a prece inicial ou uma leitura edificante. O marido discorda, afinal, deve-se fazer a prece inicial ou uma leitura edificante. Assim, eles falam a mesma coisa, mas não se ouvem… e discutem. Certamente, uma situação que não tem nada a ver com o nosso cotidiano, não é verdade?
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