A visão cultural do Destino

É cultural a visão que existe um destino sobre nossas cabeças e que ele comanda tudo o que acontece conosco, todos os dias de nossas vidas?

Muitas culturas, correntes filosóficas e religiões creem que existe uma ordem universal, cósmica ou até mesmo divina, que rege nossas vidas e ações para um momento inevitável, ao qual estamos destinados. Segundo essa visão estamos fadados a cumprir o nosso destino.

O Destino segundo o Espiritismo

Destino e livre-arbítrio sempre coexistem nas atividades humanas. O Criador Infalível estabelece a Vida Universal. O homem falível traça os roteiros da vida que lhe é própria.

O Destino em O Livro dos Espiritismo

No Livros dos Espíritos, na pergunta 258a, temos a seguinte passagem:

Nada acontece sem a permissão de Deus, pois foi Ele quem estabeleceu todas as leis que regem o universo. Perguntai, então, por que fez tal lei, e não outra! Dando ao Espírito a liberdade de escolher,

Deus lhe deixa toda a responsabilidade de seus atos e de suas consequências. Nada entrava o seu futuro; o caminho do bem, como o do mal, lhe estão abertos. Se vier a sucumbir, resta-lhe o consolo de que nem tudo se acabou para ele e que Deus, em sua bondade, deixa-o livre para recomeçar o que foi malfeito.

Além disso, é preciso distinguir o que é obra da vontade de Deus do que é obra da vontade do homem. Se um perigo vos ameaça, não fostes vós quem o criou e sim Deus; tivestes, porém, o desejo de vos expordes a ele, porque nele vistes um meio de progredirdes, e Deus o permitiu.

O homem e seu destino por Emmanuel

Isoladamente, cada um tem no planeta o mapa das suas lutas e dos seus serviços. O berço de todo homem é o princípio de um labirinto de tentações e de dores, inerentes à própria vida na Esfera terrestre, labirinto por ele mesmo traçado e que necessita palmilhar com intrepidez moral.

Portanto, qualquer alma tem o seu destino traçado sob o ponto de vista do trabalho e do sofrimento, e, sem paradoxos, tem de combater com o seu próprio destino, porque o homem não nasceu para ser vencido; todo Espírito labora para dominar a matéria e triunfar dos seus impulsos inferiores.

O destino segundo André Luiz

André Luiz em Endereços da paz, nos fala sobre o poder da palavra sobre o nosso destino, assim:

A palavra é indubitavelmente um dos fatores determinantes no destino das criaturas.

Ponderada — favorece o juízo.

Leviana — descortina a imprudência.

Alegre — espalha otimismo.

Triste — semeia desânimo.

Generosa — abre caminho à elevação.

Maledicente — cava despenhadeiros.

Gentil — provoca o reconhecimento.

Atrevida — traz a perturbação.

Serena — produz calma.

Fervorosa — impõe a confiança.

Descrente — invoca a frieza.

Bondosa — ajuda sempre.

Cruel — fere implacável.

Sábia — ensina.

Ignorante — complica.

Nobre — tece o respeito.

Sarcástica — improvisa o desprezo.

Educada — auxilia a todos.

Inconsciente — gera amargura.

Por isso mesmo, exortava Jesus: — “Não procures o argueiro nos olhos de teu irmão, quando trazes uma trave nos teus”. (Mt)

A palavra é a bússola de nossa alma, onde estivermos.

Conduzamo-la na romagem do mundo para a orientação do Senhor, porque, em verdade, ela é a força que nos abre as portas do coração às fontes luminosas da vida ou às correntes da morte.

Allan Kardec em “Instruções práticas sobre as manifestações espíritas” finaliza a questão, nos falando sobre a Fatalidade e o Destino.

FATALIDADE – do lat. fatalitas, de fatum, destino. Destino inevitável.

Doutrina que supõe sejam todos os acontecimentos da vida e, por extensão, todos os nossos atos, predestinados e submetidos a uma lei à qual não nos podemos subtrair.

Há duas espécies de fatalidade: uma proveniente de causas exteriores, que nos podem atingir e reagem sobre nós; poderíamos chamá-la reativa, exterior, fatalidade eventual; a outra, que se origina em nós mesmos, determina todas as nossas ações; é a fatalidade pessoal.

No sentido absoluto do vocábulo, a fatalidade transforma o homem numa máquina, sem iniciativa nem livre-arbítrio e, consequentemente, sem responsabilidade. É a negação de toda moral.

Segundo a doutrina espírita, escolhendo sua nova existência, pratica o Espírito um ato de liberdade.

Os acontecimentos da vida são a consequência da escolha e estão em relação com a posição social da existência. Se o Espírito deve renascer em condição servil, o meio no qual se achar criará os acontecimentos muito diversos dos que se lhe apresentariam se tivesse de ser rico e poderoso.

Mas, seja qual for essa condição, conserva ele o livre-arbítrio em todos os atos de sua vontade, e não será fatalmente arrastado a fazer isto ou aquilo, nem a sofrer este ou aquele acidente. Pelo gênero de luta escolhido, tem ele possibilidade de ser levado a certos atos ou encontrar certos obstáculos, mas não está dito que isto devesse acontecer infalivelmente, ou que não o possa evitar por sua prudência e por sua vontade. É para isso que Deus lhe dá a capacidade de raciocínio.

Dá-se o mesmo que se fosse um homem que, para chegar a um objetivo, tivesse três caminhos à escolha: pela montanha, pela planície ou pelo mar. No primeiro, a possibilidade de encontrar pedras e precipícios; na segunda pântanos; na terceira, tempestades.

Mas não está dito que será esmagado por uma pedra, que se atolará no brejo ou que naufragará aqui e não ali. A própria escolha do caminho não é fatal, no sentido absoluto do vocábulo: por instinto o homem tomará aquele no qual deverá encontrar a prova escolhida. Se tiver que lutar contra as ondas, seu instinto não o levará a tomar o caminho das montanhas.

Conforme o gênero de provas escolhido pelo Espírito, acha-se o homem exposto a certas vicissitudes. Em consequência dessas mesmas vicissitudes, é ele submetido a arrastamentos aos quais deve subtrair-se. Aquele que comete um crime não é fatalmente levado a cometê-lo: escolheu um caminho de luta que a isso pode excitá-lo; se ceder à tentação, é pela fraqueza de sua vontade.

Assim, o livre-arbítrio existe para o Espírito no estado errante, na escolha que faz das provas a que deve submeter-se, e existe na condição de encarnado nos atos da vida corpórea. Só o instante da morte é fatal: porque o gênero de morte é ainda uma consequência da natureza das provas escolhidas.

Destino e o Espiritismo

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