O proselitismo (do latim eclesiástico prosélytus, que por sua vez provém do grego προσήλυτος) é o intento, zelo, diligência, empenho ativista de converter uma ou várias pessoas a uma determinada causa, ideia ou religião (proselitismo religioso).
O que é o Proselitismo?
Um dos aspectos mais negativos das mais diversas correntes religiosas, tem sido o proselitismo.
Sabemos que durante a nossa história, o proselitismo sempre foi um importante fator de difusão das idéias religiosas.
O senso comum encara o termo como algo pejorativo mas alguns pensadores entendem o proselitismo como “qualquer ação com o intuito de conquistar adeptos para uma determinada crença”.
Essa corrente de pensamento afirma que as grandes pregações, as viagens apostólicas, as manifestações públicas de fé e mesmo os martírios foram poderosos instrumentos de divulgação doutrinária, contribuindo com o amadurecimento moral da humanidade e com a conquista de adeptos pelas doutrinas renovadoras.
A base doutrinária espírita, principalmente Kardec, pensa de outra maneira.
Proselitismo e o Espiritismo
O Espiritismo não é proselitista
O Espiritismo não é proselitista, não entra na disputa sectária de adeptos das religiões, mas devem os espíritas, necessariamente, interessar-se pelos que se interessam pela Doutrina. Esclarecer e orientar sempre é dever espírita. – J. Herculano Pires. O Centro Espírita.
Na Revista Espírita de 1861, na parte 13, Allan Kardec pergunta:
O Espiritismo prega o proselitismo?
E temos a resposta:
Não. Cabe aos espíritas falar abertamente do Espiritismo, sem afetação e, sobretudo, sem buscar forçar convicções nem fazer prosélitos a todo custo.
Escreveu ainda Kardec: “O Espiritismo não deve ser imposto: vem-se a ele porque dele se necessita”.
É claro que o Espiritismo, que foi fundado sobre o bom senso, como um de seus princípios basilares, se viu livre do proselitismo. Não é necessário procurar muito para achar mensagens de cunho proselitistas que circulam no meio espiritista, que encaram a Doutrina Espirita como salvadora da humanidade, principalmente no meio digital.
Na mesma Revista Espírita de 1861, Kardec nos lembra, em tom de alerta:
“De nossa conduta depende nosso destino futuro e não de nossa adesão a esta ou àquela seita religiosa, mas de nossa submissão a este grande preceito: Amar a Deus e ao Próximo…”.
Jesus, quando em conversa com Zebedeu, pai dos Apóstolos Tiago e João, quando o pai zeloso diz que entende a missão da construção do Reino de Deus na Terra, afirmando:
Senhor! Senhor! trabalharemos convosco, pregaremos o vosso Evangelho, aumentaremos o número dos vossos seguidores! …
Jesus, prontamente responde:
– Ouve, Zebedeu! nossa causa não é a do número; é a da verdade e do bem.
É certo que ela será um dia a causa do mundo inteiro, mas, até lá, precisamos esmagar a serpente do mal sob os nossos pés. Por enquanto, o número pertence aos movimentos da iniquidade. A mentira e a tirania exigem exércitos e monarcas, espadas e riquezas imensas para dominarem as criaturas.
O amor, porém, essência de toda a glória e de toda a vida, pede um coração e sabe ser feliz.
A impostura reclama interminável fileira de defensores, para espalhar a destruição; basta, no entanto, um homem bom para ensinar a verdade de Deus e exaltar-lhe as glórias eternas, confortando a infinita legião de seus filhos.
Quem será maior perante Deus?
A multidão que se congrega para entronizar a tirania, esmagando os pequeninos, ou um homem sozinho e bem-intencionado que com um simples sinal salva uma barca cheia de pescadores?