MÚSICA #04 – PASTORES
“Cantata Brasiliana” é uma suíte de canções natalinas. Luis Barcelos compôs as melodias e interpretou as músicas. As letras são de Aluizio Elias. Elas se baseiam nos relatos sobre a concepção e o nascimento de Jesus segundo o Evangelho de Lucas. A exceção é “Os Magos”, inspirada na narrativa de Mateus.
A cantata foi integralmente composta e gravada em novembro e dezembro de 2020. Esse ano teve um Natal de apreensão por conta da pandemia da Covid-19. A ideia dos parceiros era fazer uma música para aclimatar o melhor clima naquele contexto. Contudo, motivados e inspirados, compuseram nove, um álbum inteiro.
Em razão do prazo curto e das imposições sanitárias, Barcelos desenvolveu arranjos com poucos elementos em estúdio. Ainda assim, receberam a marca da sofisticação do bandolinista, um dos mais destacados de sua geração. Chamam a atenção nos registros a brasilidade, com o tempero de diversos gêneros populares.
Aliás, essa é outra característica da suíte. Muitas das composições transpõem a rememoração do Natal para a nossa realidade, de dificuldades íntimas e ainda matizada pela pobreza e pela injustiça social. Acima desses desafios, segue imperando a misericórdia do Menino Jesus, que veio habitar conosco.
Um ano após o lançamento de “Cantata Brasiliana”, o Portal SER convidou seus autores para uma live natalina. Todas as canções foram comentadas por eles e reapresentadas com uma roupagem nova. Cada uma ganhou um singelo videoclipe. E esse valioso material audiovisual está disponível na plataforma Espiritismo.TV.
“Os Pastores” faz parte da Cantata e narra uma das visitas recebidas pelo Menino Jesus, glorificados por aqueles homens simples da região.
OS PASTORES
São só pastores
Todos famintos
São só pastores
Querem comer
Gleba e senhores
Barões distintos
“Saibam, pastores,
Que terra é poder”
São só pastores
Tão fatigados
São só pastores
Querem pousar
Curvam suas dores
Quedam calados
“Deitem, pastores,
Que a relva é teu lar”
Logo um bom anjo trará no canto
A Boa Nova, o Verbo santo
Anunciando um tempo novo
Consolo ao povo
Secando seu pranto
Venham, pastores
Bodes e cabras
Vejam, pastores
Astro a luzir
Calem rancores
Queiram as sobras
“Sonhem, pastores
Que sonho é porvir”