Carl Gustav Jung foi um psiquiatra suíço e fundador da psicologia analítica, também conhecida como psicologia junguiana.

Carl Gustav Jung foi um psiquiatra e psicoterapeuta suíço que fundou a psicologia analítica.

Jung propôs e desenvolveu os conceitos de personalidade extrovertida e introvertida, arquétipo e inconsciente coletivo. Seu trabalho tem sido influente na psiquiatria, psicologia, ciência da religião, literatura e áreas afins.

O conceito central da psicologia analítica é a individuação – o processo psicológico de integração dos opostos, incluindo o consciente e o inconsciente, mantendo, no entanto, a sua autonomia relativa.

Jung considerou a individuação como o processo central do desenvolvimento humano.

Jung e a Espiritualidade

Os assuntos com que Jung ocupou-se surgiram em parte do seu fundo pessoal, que é vividamente descrito em sua autobiografia, “Memórias, Sonhos, Reflexões” (1961).

Jung abre um capítulo chamado “Sobre a vida depois da morte” e inicia dizendo que sua obra em geral está permeada pela sua tentativa de dar explicação às “interferências entre o ‘além’ e o ‘aquém’” (p. 27). Segundo ele, não seria possível propriamente explicar a sobrevivência após a vida, então ele iria “mitologizar” (p. 28).

Jung afirma repetidamente acreditar na existência de Espíritos e conta fenômenos contundentes:

A razão crítica parece ter há pouco eliminado, juntamente com numerosas outras representações míticas, também a ideia de uma vida após a morte. Essa eliminação foi possível porque os homens, hoje, se identificam frequentemente apenas com a consciência e imaginam ser apenas aquilo que conhecem de si próprios. Ora, todo homem que de leve suspeita o que seja a psicologia poderá facilmente imaginar que este saber é muito limitado. O racionalismo e a doutrinação são doenças do nosso tempo; pretendem ter resposta para tudo. Entretanto, muitas descobertas que consideramos impossíveis – quando nos colocamos de um ângulo limitado – serão ainda feitas”. – Carl Gustav Jung

Ao longo de sua vida, Jung experimentou sonhos periódicos e visões com notáveis características mitológicas e religiosas, os quais despertaram o seu interesse por mitos, sonhos e a psicologia da religião. Ao lado destas experiências, certos fenômenos parapsicológicos emergiam, sempre para lhe redobrar o espanto e o questionamento.

Por muitos anos, Jung sentiu possuir duas personalidades separadas: um ego público, exterior, que era envolvido com o mundo familiar, e um eu interno, secreto, que tinha uma proximidade especial para com Deus.

Ele reconhecia ter herdado isso de sua mãe, que tinha a notável capacidade de “ver homens e coisas tais como são”.

A interação entre esses egos foi o tema central da sua vida pessoal e contribuiu mais tarde para a sua ênfase no esforço do indivíduo para integração e inteireza.

Assista ao documentário JUNG – A SABEDORIA DOS SONHOS

Nele você será saberá como nasceram conceitos fundamentais, como persona, arquétipo, ânima, ânimus e outros.

JUNG - A SABEDORIA DOS SONHOS

A psicologia de Jung e a reencarnação

Não se pode afirmar com certeza que Jung era reencarnacionista porque em nenhum de seus textos oficiais encontramos nada que afirme isso. Mas em seu livro Memórias, Sonhos, Reflexões, Jung escreveu:

O problema do carma, assim como o da reencarnação ou da metempsicose, ficaram obscuros para mim. Assinalo com respeito a profissão de fé indiana em favor da reencarnação e, olhando em torno, no campo de minha experiência, pergunto a mim mesmo se em algum lugar e como, terá ocorrido algum fato que possa legitimamente evocar a reencarnação.

É evidente que deixo de lado os testemunhos relativamente numerosos que acreditam na reencarnação. Uma crença prova apenas a existência do “fenômeno da crença”, mas de nenhuma forma a realidade de seu conteúdo. É preciso que este se revele empiricamente, em si próprio, para que eu o aceite. Até estes últimos anos, embora tivesse tido toda a atenção, não cheguei a descobrir absolutamente nada de convincente neste campo. Mas recentemente observei em mim mesmo uma série de sonhos que, com toda a probabilidade, descrevem o processo da reencarnação de um morto de minhas relações.

Era mesmo possível seguir, como uma probabilidade não totalmente negligenciável, certos aspectos dessa reencarnação até a realidade empírica. Mas como nunca mais tive ocasião de encontrar ou tomar conhecimento de algo semelhante, fiquei sem a menor possibilidade de estabelecer uma comparação. Minha observação é, pois, subjetiva e isolada.

Quero somente mencionar sua existência, mas não o seu conteúdo. Devo confessar, no entanto, que a partir dessa experiência observo com maior boa vontade o problema da reencarnação, sem no entanto defender com segurança uma opinião precisa. – Carl Gustav Jung

Os campos de estudo de Carl Gustav Jung

Já estudante de medicina, decide dedicar-se à então obscura especialidade de psiquiatria, após a leitura ocasional de um livro do psiquiatra Krafft-Ebing.

Em 1900, Jung tornou-se estagiário na Clínica Psiquiátrica Burgholzli, em Zurique, então dirigida pelo psiquiatra Eugen Bleuler, famoso pela sua concepção de esquizofrenia.

Seguindo o seu treino prático na clínica, ele conduziu estudos com a associação de palavras. Já nessa época, Jung propunha uma atitude humanista frente aos pacientes.

O médico deveria “propor perguntas que digam respeito ao homem em sua totalidade e não limitar-se apenas aos sintomas”. Desde cedo, ele já adiantava a ideia do que hoje está ganhando força em todos os campos com o nome de “holismo”, o ponto de vista do homem integral.

A seus olhos, “diante do paciente só existe a compreensão individual”. Por isso, evitava generalizar um método, uma panaceia para um determinado tipo de anomalia psíquica. Cada encontro é único e, sendo assim, não pode incorrer em qualquer tipo de padronização.

Encontro com Sigmund Freud

Em 1902, deslocou-se a Paris, onde estudou com Pierre Janet, regressando no ano seguinte ao hospital de Burgholzli, onde assumiu um cargo de chefia e onde, em 1904, montou um laboratório experimental em que implementou o seu célebre teste de associação de palavras para o diagnóstico psiquiátrico. Neste ínterim, Jung entra em contato com as obras de Sigmund Freud (1856-1939).

Jung viu, em Freud, um companheiro para desbravar os caminhos da mente. Enviou-lhe cópias de seus trabalhos sobre a existência do inconsciente, confirmando conce(p)ções freudianas de recalque e repressão. Ambos encantaram-se um com o outro, principalmente porque os dois desenvolviam trabalhos inéditos em medicina e psiquiatria. A partir de então, Freud e Jung passaram a se corresponder.

O inconsciente em Jung

Em 1914, Jung demite-se do seu cargo na API e organiza, junto com Alphonse Maeder, as bases da chamada Escola de Zurique.

Após a separação de Freud, Jung sentiu o chão desmoronar-se sob os pés. O sentido da sua vida ficou em primeiro plano. Seguiu-se uma série de sonhos e visões que forneceram material para o trabalho de toda uma vida. Foi durante essa fase de confronto com o inconsciente que ele desenvolveu o que chamou de “imaginação ativa”, um método de interação com o inconsciente onde este se investe espontaneamente de várias personificações.

Pela imaginação ativa, existe não só a possibilidade de compreensão do inconsciente, mas também de interação com este, de forma que o transformamos e somos transformados no processo.

Um personagem pode nos fazer entender falando explicitamente do motivo de, por exemplo, estarmos com insônia. Esse enfoque trata a psique como uma realidade em si, de forma tão literal interiormente, quanto uma maçã nos é real exteriormente, ao contrário de Freud, que insistia em substituir uma determinada imagem por outra de cunho sexual.

A psicologia analítica de Carl Gustav Jung

Anterior mesmo ao período em que estavam juntos, Jung começou a desenvolver um sistema teórico que chamou, originalmente, de “Psicologia dos Complexos”, mais tarde chamando-o de “Psicologia Analítica”, como resultado direto de seu conta(c)to prático com seus pacientes.

Utilizando-se do conceito de “complexos” e do estudo dos sonhos e de desenhos, Carl Gustav Jung passou a se dedicar profundamente aos meios pelos quais se expressa o inconsciente.

Em sua teoria, enquanto o inconsciente pessoal consiste fundamentalmente de material reprimido e de complexos, o inconsciente coletivo é composto fundamentalmente de uma tendência para sensibilizar-se com certas imagens, ou melhor, símbolos que constelam sentimentos profundos de apelo universal, os arquétipos: da mesma forma que animais e homens parecem possuir atitudes inatas, chamadas de instintos (“fato” este negado por correntes de ciências humanas, como por exemplo em antropologia o culturalismo de Franz Boas ), também é provável que em nosso psiquismo exista um material psíquico com alguma analogia com os instintos.

Os tipos psicológicos

Jung propôs que a motivação do homem fosse entendida em termos de uma energia de vida criativa geral – a libido – capaz de ser investida em direções diferentes, assumindo grande variedade de formas.

As duas direções principais da libido são conhecidas como extroversão (projetada no mundo exterior, nas outras pessoas e objetos) e introversão (dirigida para dentro do reino das imagens, das ideias, e do inconsciente).

Jung também propôs que se poderia agrupar as pessoas de acordo com o seu maior desenvolvimento em uma das quatro funções psicológicas: pensamento, sentimento, sensação, ou intuição. Transformações de libido de uma esfera de expressão para outra – por exemplo, de sexualidade para religião – são realizadas por símbolos que são gerados durante a mudança de personalidade.

O processo de individuação em Jung

O processo de individuação não consiste num desenvolvimento linear.

É um movimento de circunvolução que conduz a um novo centro psíquico. Carl Gustav Jung denominou esse centro de “Self” (si mesmo). Quando consciente e inconsciente vêm ordenar-se em torno do Self, a personalidade completa-se. O “Self” será o centro da personalidade total, como o ego é o centro do campo do consciente.

O conceito junguiano de individuação tem sido, muitas vezes, deturpado. Entretanto, é claro e simples na sua essência: tendência instintiva a realizar plenamente potencialidades inatas.

Mas, de fato, a psique humana é tão complexa, são de tal modo intrincados os componentes em jogo, tão variáveis as intervenções do ego consciente, tantas as vicissitudes que podem ocorrer, que o processo de totalização da personalidade não poderia jamais ser um caminho reto e curto, de chão bem batido. Ao contrário, será um percurso longo e difícil.

A psique objetiva

Carl Gustav Jung percebeu que a compreensão da criação de símbolos era crucial para o entendimento da natureza humana, então explorou as correspondências entre os símbolos que surgem nas lutas da vida dos indivíduos e as imagens simbólicas religiosas subjacentes e sistemas mitológicos e mágicos de muitas culturas e eras.

O inconsciente pessoal inclui conteúdos mentais adquiridos durante a vida do indivíduo que foram esquecidos ou reprimidos, enquanto o inconsciente coletivo é uma estrutura herdada comum a toda a humanidade composta dos arquétipos – predisposições inatas para experimentar e simbolizar situações humanas universais de diferentes maneiras.

A Sincronicidade em Carl Gustav Jung

O termo “sincronicidade” é uma tentativa de encontrar formas de explicação racional para fenômenos que a ciência de então não alcançava, tais como os referidos acima, fenômenos não causais que não podem ser explicados pela razão, porém são significativos para o indivíduo que os experimenta.

A construção do conceito de sincronicidade surgiu da leitura que Jung fez de um grande número de obras sobre alquimia e o pensamento renascentista. Jung chegou a possuir grande quantidade de textos alquímicos originais, que o levaram também a usar a expressão Unus mundus em sua autobiografia, e a ideia de anima mundi.

Uma interessante análise da contribuição da psicologia profunda de Freud–Jung para a formação do pensamento ocidental, mostrando como Jung tinha preocupações epistemológicas rigorosas, pode ser vista em Tarnas. Em função disso, tais fenômenos puderam ser examinados, mas apenas como algo psicológico, e não propriamente da natureza, resultando em algumas distorções interpretativas, em inúmeros sentidos.

Carl Gustav Jung e o Espiritismo

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