Segundo a mitologia das igrejas, os demônios foram criados bons e se tornaram maus pela desobediência à Deus. Eles são os anjos decaídos que foram colocados por Deus no alto da escala, e desceram. São os decaídos.
Existem os anjos e os demônios conforme descrito, muitas vezes, como anjos de asas e os demônios perto ao fogo?
A doutrina vulgar sobre a natureza dos anjos, dos demônios e das almas humanas, não admitindo a lei do progresso, e vendo porém seres em diferentes graus, concluiu daí que eles eram o produto de outras tantas criações especiais. Ela chega assim a fazer de Deus um pai parcial, dando tudo a alguns de seus filhos, ao passo que impõe aos outros o mais rude trabalho.
Origem história da palavra demônio
No século VI a.C., o profeta persa Zoroastro realizou a descrição de um ser chamado Arimã. Segundo as suas palavras, Arimã era o “príncipe das trevas” e travava uma eterna luta contra Mazda, o “príncipe da luz”. Segundo historiadores, esse valor da religiosidade persa acabou sendo incorporado pelos hebreus durante o famoso Cativeiro da Babilônia. Naquele instante, a interação com a cultura estrangeira deu origem ao “satan”, termo que em sua tradução literal significa “acusador” ou “adversário”.
Em um primeiro momento, o demônio hebraico não assume a postura estritamente aterrorizante que reconhecemos no cristianismo. Em várias passagens do Velho Testamento, ele surge como uma espécie de colaborador que recebe a autoridade divina para punir ou testar os fiéis seguidores de Javé. O sofrimento de Jó, que perdeu todas as suas terras e ficou adoentado, exemplifica esse tipo de postura que o demônio assume inicialmente no texto bíblico.
Por volta do século II a.C., a figura do demônio aparece em alguns textos apócrifos da tradição religiosa judaica. Se assumir uma feição muito bem definida, os demônios são apresentados como seres malignos que desorientam os indivíduos e os levam a cometerem atos deploráveis. No final das contas, o lado mais sombrio do imaginário religioso judaico esteve concentrado em descrições sobre o fim dos tempos. A fama do diabo apareceu mais tarde, com o aparecimento da religião cristã.
Demônios na visão espírita
Segundo o Espiritismo, nem os anjos nem os demônios são seres à parte; a criação dos seres inteligentes é una. Eles são Espíritos imperfeitos, mas que se aperfeiçoarão; ainda estão na parte inferior da escala, e subirão.
Unidos a corpos materiais, eles constituem a humanidade que povoa a terra e as outras esferas habitadas; desprendidos desse corpo, eles constituem o mundo espiritual ou dos Espíritos que povoam os espaços. Deus criou-os perfectíveis; deu-lhes por objetivo a perfeição, e a bem-aventurança que é sua consequência, mas não lhes deu a perfeição; quis que eles a devessem a seu trabalho pessoal, a fim de que tivessem esse mérito.
Acreditar na existência do Demônio é acreditar que Deus criou seres predispostos ao mal, o que não é verdade.
Desde o instante de sua formação eles progridem, quer no estado de encarnação, quer no estado espiritual; chegados ao apogeu, são puros Espíritos, ou anjos segundo a denominação vulgar; de sorte que, desde o embrião do ser inteligente até o anjo, há uma cadeia ininterrupta da qual cada elo marca um grau no progresso.
O entendimento sobre o demônio hoje em dia
Não é espantoso que durante muito tempo os homens não tenham achado nada de chocante nessas preferências, enquanto faziam o mesmo a respeito de seus próprios filhos, pelos direitos de primogenitura e os privilégios do nascimento; podiam eles crer fazer mais mal do que Deus?
Mas hoje em dia o círculo das ideias se alargou; eles veem mais claro; têm noções mais nítidas da justiça; querem-na para eles, e se nem sempre a encontram na terra, esperam ao menos encontrá-la mais perfeita no céu; é por isso que toda doutrina em que a justiça divina não aparece ao homem em sua maior pureza, repugna à sua razão.