Oração é um ato religioso que visa ativar uma ligação, uma conversa, um pedido, um agradecimento, uma manifestação de reconhecimento ou ainda um ato de louvor diante de um ser transcendente ou divino.
Segundo os diferentes credos religiosos, a oração pode ser individual ou comunitária e ser feita em público ou em particular, e pode envolver o uso de palavras ou música.
Oração para o Espiritismo
A prece é uma invocação e, em certos casos uma evocação, pela qual chamamos este ou aquele Espírito. Quando dirigida a Deus, ele nos envia seus mensageiros, os Bons Espíritos.
A prece não pode alterar os desígnios da Providência; mas por ela os Bons Espíritos podem vir em nosso auxílio, seja para nos dar a força moral que nos falta, seja para nos sugerir os pensamentos necessários. Daí vem o alívio que se experimenta quando se ora com fervor.
Daí vem, também, o alívio que experimentam os Espíritos sofredores, quando se ora por eles. Eles mesmos pedem essas preces sob a forma que lhes é mais familiar e que está mais em relação com as idéias que conservaram de sua existência corpórea.
Diz-nos, porém, a razão, aliás de acordo com os Espíritos, que a prece dos lábios é uma fórmula vã, quando nela não participa o coração.
A prece: importância, eficácia e ação
Allan Kardec em O Livro dos Espíritos na questão 659 nos esclarece que a prece é um ato de adoração. Orar a Deus é pensar nele; é aproximar se dele; é pôr se em comunicação com ele. A três coisas podemos propor nos por meio da prece: louvar, pedir, agradecer.
O Espiritismo torna compreensível a ação da prece, explicando o modo de transmissão do pensamento, quer no caso em que o ser a quem oramos acuda ao nosso apelo, quer no em que apenas lhe chegue o nosso pensamento. Para apreendermos o que ocorre em tal circunstância, precisamos conceber mergulhados no fluido universal, que ocupa o espaço, todos os seres, encarnados e desencarnados, tal qual nos achamos, neste mundo, dentro da atmosfera.
Esse fluido recebe da vontade uma impulsão; ele é o veículo do pensamento, como o ar o é do som, com a diferença de que as vibrações do ar são circunscritas, ao passo que as do fluido universal se estendem ao infinito. Dirigindo, pois, o pensamento para um ser qualquer, na Terra ou no espaço, de encarnado para desencarnado, ou vice-versa, uma corrente fluídica se estabelece entre um e outro, transmitindo de um ao outro o pensamento, como o ar transmite o som.
O que os espíritos nos dizem sobre a Oração?
Bezerra de Menezes nos recomendou usar a prece em todas as previdências. Pela oração o Senhor, usando os seus mensageiros de misericórdia, nos atenderá, indicando-nos o rumo a seguir.
A prece, para o homem, deve ser uma fonte de inspiração para o trabalho; ele deve procurar na oração as forças para agir, porque, sem dúvida, a fé sem obras, no dizer de Emmanuel, não passa de uma flor artificial sobre a mesa. – Chico Xavier
Para Emmanuel, a oração não será um processo de fuga do caminho escuro que nos cabe percorrer, mas constituirá uma abençoada luz em nosso coração, clareando-nos a marcha.
André Luiz nos traz essa pérola de oração, dita por Ismália:
“Senhor! dignai-vos assistir os nossos humildes tutelados, enviando-nos a luz de vossas bênçãos santificantes. Aqui estamos, prontos para executar vossa vontade, sinceramente dispostos a secundar vossos altos desígnios. Conosco, Pai, reúnem-se os irmãos que ainda dormem, anestesiados pela negação espiritual a que se entregaram no mundo. Despertai-os, Senhor, se é de vossos desígnios sábios e misericordiosos, despertai-os do sono doloroso e infeliz. Acordai-os para a responsabilidade, para a noção dos deveres justos!… Magnânimo Rei, apiedai-vos de vossos súditos sofredores; Criador compassivo, levantai as vossas criaturas caídas; Pai Justo, desculpai vossos filhos desventurados! Permiti caia o orvalho do vosso amor infinito sobre o nosso modesto Posto de Socorro!… Seja feita a vossa vontade acima da nossa, mas se é possível, Senhor, deixai que os nossos doentes recebam um raio vivificante do sol da vossa bondade!…”