O encontro entre Jesus e Nicodemos, registado no Evangelho de João, ocorreu na intimidade da noite. O diálogo reflete esse clima de obscuridades permeadas por clarões. E Haroldo Dutra Dias destaca essa percepção de tonalidade.

Ele estrutura em duas partes esta análise de “A Lição a Nicodemos”, capítulo 14 do Boa Nova. Primeiro, visita o texto do Novo Testamento. Depois, parte para o de Humberto de Campos, psicografado por Chico Xavier.

Haroldo destaca alguns aspectos do trecho evangélico. A escrita de João apresenta ambiguidades de estilo. O artifício poético intencional visa ampliar significados. Especificamente na conversa entre o Cristo e o fariseu, a impressão é de adensamento de um mistério, fala após fala.

Já o capítulo de Humberto – como diversos dentro do Boa Nova – traz o contexto: o ambiente, as pessoas presentes e suas emoções. Por exemplo, André e Tiago eram os discípulos que presenciaram aquele encontro. Saíram da experiência confusos como Nicodemos. Mas, na sequência, recebem a elucidação do Mestre sobre vários pontos.

A reencarnação é o tema central do diálogo. De fato, como Jesus mesmo observa, ainda não era possível tratar abertamente desse princípio. Mas salta aos olhos outra questão. Trata-se da interpretação da Lei Divina pelo sentimento e não apenas pelo intelecto.

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