Suíte Franciscana – Mov. 01 (Luis Barcelos e Aluizio Elias)
com Thiago Amud
Convidada especial [Leitura]: Conceição Campos

Quando a canoa trinca
Dá-se à sina um mal
Porque geme a carranca
Diz-se: “- Um mau sinal”

Eu, um parteiro torto,
Ouço dizer um santo:
“- Filho meu, só o exorto
Porque te sinto”

Mácula: gesto rude é nódoa infinda
Gárgula: força bruta é estátua horrenda
Pústula: arenga imunda
Qual fruto podre a pender
Tanto que o tal só pode perecer

Quando algum cenho vinca
Tempo vindimal
Se a cabeleira é branca
Ceifa proximal

Eu, meio que absorto,
Ouso dizer-te, entanto,
Que agora eu mais me importo
Com o que aqui planto
Célula: gérmen vivo, ou um verbo fecundo
Fácula: riso puro, ou um facho luzindo
Flâmula: a fé ardendo
Qual lua nova a fulgir
Posto que ela bem sabe refletir

O pão da vida… O pão da vida…
O Pai dá pão, não pedra [E quem duvida?]

O pão da vida… O pão da vida…
O Pai dá pão, não pedra [E quem duvida?]

O pão da vida… O pão da vida…
O Pai dá pão, não pedra [E quem duvida?]

O pão da vida… O pão da vida…
O Pai dá pão, não pedra [E quem duvida?]

Se o galardão
É o próprio itinerário
Nosso perdão
É um santo em oratório
Pois todo Adão
Almeja um corolário
E o Senhor é o fiador!

Mas se a noção de “Nunca”
Fez-se marginal
Possível que a Esperança
Venha a ser real
Remeiro pisa o porto
Como a dizer o quanto
Do braço forte e hirto
Há no seu canto
Cláusula: paz do tino é norma vigendo
Fábula: vida plena é arquétipo lindo
Fórmula: os pés andando
Qual coração a pulsar
Tido como o que poderá amar
Chico, nesse rio há tanto peixe!
Olha, quanto trigo em nosso feixe!

 

Luis Barcelos [Arranjo e violão] | Fábio Neves [Viola caipira] | Kiko Horta [Acordeon] Jeferson Souza [Fagote] | Guto Wirtti [Contrabaixo acústico] | Marcus Thadeu [Percussão]. | Alice Passos / Ilessi / Marcela Velon [Côro] | André Grabois / André Muato / Marcos Sacramento [Côro]

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