O EVANGELHO SEGUNDO SÃO MATEUS

Críticos e colegas não entenderam por que Pier Paolo Pasolini resolveu filmar a vida de Jesus. O diretor, um contestador controverso, era ateu, marxista e gay. Opunha-se à Igreja e sua influência política. Mas o contato com os Evangelhos mexeu com ele.

Leu os quatro após um encontro amistoso com o papa João XXIII. E selecionou o de Mateus para transformar em filme. Foi um impulso, segundo o cineasta, que jogou para segundo plano os outros projetos que tinha em mente.

Esta produção, de 1964, é a leitura da história mais famosa da humanidade por um gênio do cinema. Poderia se esperar uma versão crítica, iconoclasta. Mas não: o roteiro é extremamente fiel à escritura. O Jesus retratado apenas ganha tom mais enérgico em seus discursos. Mas resultado, segundo a crítica, é um dos filmes cristãos mais importantes de todos os tempos.

A distribuição é da Versátil Vídeo Spirite. Pasolini é um dos cabeças do neorrealismo italiano. Para filmar o Evangelho de Mateus, lançou mão de princípios estéticos daquela onda. Entre eles, uso de luz natural e elenco não-profissional.

Atuaram centenas de moradores de comunas do Sul da Itália, onde o filme foi rodado. O diretor também escalou amigos e intelectuais para semi-figurações. E é curioso quanto significativo a mãe dele, Susanna Pasolini, ter interpretado Maria.

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