#031 – ESTUDANDO ÊXODO
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Haroldo Dutra Dias retrocede um passo no estudo de Êxodo à luz do Espiritismo. Isso porque o décimo e último mandamento ainda não foi comentado. Diz o texto, conforme grafado na versão do Deuteronômio: “Não cobiçarás a mulher do teu próximo; nem desejarás para ti a casa do teu próximo, nem o seu campo, nem o seu escravo, nem a sua escrava, nem o seu boi, nem o seu jumento, nem coisa alguma que pertença a teu próximo”.
Percebe-se no preceito uma preocupação em englobar toda a generalidade de posses. E com o objetivo de preservação das propriedades privadas. Ressalve-se que, naquele contexto histórico-cultural, inclusive a esposa era considerada assim. Além disso, a escravidão era uma realidade.
Dos Dez Mandamentos, os seis últimos tratam das interações humanas. Isto é, abordam a relação com o outro. Haroldo salienta que o décimo, em certa medida, por sua amplitude, está na base de todos esses anteriores.
Ele faz uma distinção fundamental em seu comentário. Cobiça é diferente de desejo. Desejar representa um motor da existência humana, e sua anulação contraria a vida. Já cobiçar refere-se a almejar qualquer bem alheio. No cerne, isso pode estar associado à falta de clareza quanto à própria identidade.
Assim, desejar bens e conquistas, inclusive as morais, constitui móvel saudável ao ser humano. Por outro lado, evitar a cobiça demanda a compreensão das diferenças de condições, aptidões e necessidades. Afinal, Deus não cria réplicas.
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