No capítulo 8 de Boa Nova, psicografado por Chico Xavier, Humberto de Campos retrata o apóstolo Bartolomeu, envolvido em angústias comuns a muitos de nós: a incompreensão, o insucesso material e profissional, a partida de quem se ama. Jesus, perante a tristeza do discípulo, exerce com brilhantismo seu ofício conjugado de pastor de almas, educador espiritual e psicólogo.

O Mestre tece para o apóstolo, gradualmente, um roteiro de alegria, coragem e esperança como virtudes resultantes da transformação íntima de quem conhece o Evangelho e assume, por meio dele, a convicção de que o Reino de Deus, mais do que uma promessa para o além, é uma potencialidade a ser vivenciada no aqui e no agora.

Analisando a passagem, Haroldo Dutra Dias ressalta a importância de aprendermos a ver e ouvir as inúmeras dádivas divinas que margeiam o nosso caminho e que não sabemos aproveitar. A razão dessa cegueira e dessa surdez espiritual, de que padecia Bartolomeu, tributa-se à rebeldia humana de, por vaidade e egoísmo, antepor vontades imperfeitas aos desígnios de Deus.

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